Os dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), mostram que um terço do solo do mundo está degradado. Por isso, o tema de hoje são técnicas de preservação do solo. Ideal para quem busca uma agricultura mais sustentável.
Assim, o solo estar degradado significa que eles perderam, em certa medida, sua capacidade de fornecer serviços ecossistêmicos, como regulação hidrológica, absorção de carbono ou armazenamento de nutrientes para a produção de alimentos.
A agricultura tem um papel fundamental a desempenhar na prevenção desta situação. Técnicas de plantio sustentável podem melhorar a qualidade do solo para que ele continue sendo uma importante fonte de serviços naturais benéficos para a sociedade como um todo.
Técnicas para preservação do solo
Rotação de culturas
A rotação de culturas é uma técnica tão antiga quanto à própria agricultura, mas foi perdendo espaço nos últimos anos por razões econômicas e políticas agrícolas.
Ela é uma alteração daquilo que é plantado numa mesma área, evitando o esgotamento de nutrientes e desequilíbrios químicos e biológicos no solo.
Por exemplo, você pode plantar soja em sua lavoura e depois mudar para o plantio de milho. Isso evita a prática da monocultura, danosa à vida e à conservação do solo.
Recuperação das pastagens degradadas
A agricultura sustentável é incompatível com a vasta quantidade de terras que sofreram degradação no Brasil.
Os números variam de acordo com o método, mas estima-se que o país tenha de 30 a 100 milhões de hectares de pastagens degradadas e outros 2 milhões de hectares de áreas improdutivas.
O grande número de pastagens degradadas indica que o gado não precisa ser deslocado mais para dentro da floresta para expandir sua produção.
Mas pode investir na revitalização dessas áreas, tornando-as novamente produtivas.
Essa é inclusive uma das metas do país no Acordo de Paris, quando o Brasil se comprometeu, entre outras coisas, a restaurar 15 milhões de hectares de pastagens degradadas até 2030.
Retorno da Matéria Orgânica
Uma das técnicas mais importantes é garantir que a matéria orgânica seja devolvida ao solo.
No entanto, este é o grande “calcanhar de Aquiles” da agricultura brasileira. Devido ao clima tropical, os nutrientes que caem no solo a partir da matéria orgânica são rapidamente absorvidos pelo solo.
Ao mesmo tempo, provoca sua rápida decomposição, o que obriga o uso de fertilizantes químicos para compensar a perda de nutrientes no solo antes da colheita.
Desta forma, a agricultura orgânica é muito importante. Quanto melhor o manejo agronômico, mais solos são criados que não necessitam de produtos nocivos à vida tanto do solo quanto dos produtores, como fertilizantes químicos e pesticidas.
O próprio solo fornece os nutrientes que as plantas precisam através de seus organismos.
A agricultura orgânica já existe em pequena escala, mas é preciso criar oportunidades de expansão em maior escala.
Integração Lavoura-pecuária-floresta
A integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLFP), é uma tecnologia que permite combinar produção agrícola, pecuária e silvicultura em um único ambiente.
Essa integração pode acontecer simultaneamente – por exemplo, em um sistema silvipastoril há pastagens para gado e árvores convivendo no mesmo espaço – ou sucessivamente, quando se planta uma lavoura para ser substituída por gado ou floresta.
Os benefícios da integração Lavoura-Pecuária-Floresta:
- Melhores nutrientes do solo e bem-estar animal;
- Produção de grãos, fibras, carnes, leite e produtos madeireiros e não madeireiros;
- Criação de empregos diretos e indiretos; entre outros.
E tudo isso sem entrar na floresta, protegendo nossos recursos naturais.
Sistemas Agroflorestais
Por fim, a restauração florestal é uma forma de agricultura sustentável, no qual se cria um sistema agroflorestal (SAF) no terreno.
O SAF combina espécies florestais como árvores frutíferas ou madeireiras com cultivos tradicionais.
As árvores proporcionam benefícios ecológicos significativos, como melhorar a qualidade do solo, reduzir a erosão, proteger os cursos d’água e estabilizar os microclimas.
Enquanto as árvores não crescem nem frutificam, o sustento da agricultura é produzido em parceria com as árvores.
Um exemplo desse sistema foi realizado por famílias que antes produziam apenas mandioca passaram a plantar árvores nativas como cupuaçu, açaí e mandioca, além das espécies frutíferas adaptadas.
Com essa mudança, a comunidade passou a integrar a floresta com a agricultura e abandonar práticas ultrapassadas como o uso do fogo na agricultura.
O resultado é geração de renda e proteção florestal ao mesmo tempo.
Você já conhecia essas técnicas que tornam a agricultura uma prática sustentável e ajudam na preservação do solo? Conte para a gente qual delas você achou mais interessante.